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Imagem de Frankenstein imortalizada em filme homônimo, de 1931 |
Frankenstein é um daqueles
monstros, assim com Drácula, que habitam o panteão de monstros modernos do
Ocidente e que, embora pouca gente, de fato, conheça sua origem, praticamente
todos conhecem sua figura.
Pode-se imaginar, então, minha
surpresa ao me deparar com a fonte do mito. Aquela imagem doce e inocente,
muitas vezes romantizada pelo cinema, teatro, quadrinhos e tantas outras obras
para as quais a literatura possa ser adaptada, foi sendo modificada na minha
frente, página por página, por um monstro atormentado por sua aparência e pela
rejeição do seu criador e das pessoas das quais tenta se aproximar. Rejeição
essa que transforma uma criatura inocente em um monstro vingativo que busca
incessantemente respostas que justifiquem sua condição.
Essa nova faceta
“Frankensteiniana” acaba por justificar a longevidade da obra, que foi criada
por Shelley em um dia de chuva, para entreter os amigos e que, a princípio,
tinha um complemento no nome de “O Prometeu moderno”. Atualmente suprimido por
muitas editoras, o subtítulo faz ótima alusão ao mito grego do titã que entrega
o fogo para a humanidade e que, por tal ato, é atormentado pela eternidade,
metáfora maior para a situação do jovem cientista criador do monstro impossível.