"Ímpio - O evangelho de um ateu - Memórias", de Fábio Marton


Minha sugestão de hoje é um livro que pode parecer polêmico ou impróprio, mas que, depois que você lê, vê que nada mais é do que uma autobiografia. Na verdade, o subtítulo dele já indica isso, mas é que o tema é tão difícil de se falar por certas pessoas, que essa informação passa meio batida.

O nome dele é Fábio Marton. Criado em família evangélica, minipastor na igreja de seu avô, com o passar do tempo, seu amadurecimento e situações pelas quais passou, viu que não acreditava mais em nada daquilo que seus pais, avós e conhecidos pregavam. Ele se tornou ateu.
Segundo a apresentação na contracapa, Ímpio - O evangelho de um ateu – Memórias é um livro bom para ateus, agnósticos e crentes que não se conformam com a maneira com que algumas instituições religiosas usam o nome de Deus. Como escrito no próprio livro:
“Aqui você conhecerá os bastidores de algumas instituições religiosas e seu processo missionário, o dia a dia de seus fiéis, e, principalmente, terá argumentos contra aqueles que buscam convertê-lo”. É interessante saber disso através das palavras de alguém que tem experiência nos dois lados da história.
Ímpio é um livro como qualquer outro, para qualquer pessoa que goste de ler e não tenha preconceitos. Eu não tive. Pelo contrário: acho que meu agnosticismo e minha opinião sobre algumas atitudes tomadas por crentes (não só evangélicos, mas qualquer crente, de qualquer religião) foi o que me fizeram querer muito ler esse livro. E gostei muito. Não porque estou mais para o lado dele do que dos crentes. Mas porque é um livro que não xinga ninguém, que não quer converter as pessoas ao ateísmo. É simplesmente um relato da vida do autor.
Para vocês, um trecho da Introdução:

 
“Sou um ateu. No fundo, isso não faz muita diferença, porque todos são ateus: mesmo os religiosos são ateus. Ateus em relação a todos os deuses que não são os de sua fé. Pergunte ao bom cristão se acredita em Zeus, Osíris, Ganesh, Amaterasu, Tupã e na Grande Serpente Quetzalcoatl. Entre mim e o cristão, há apenas um deus a mais do qual duvido.
A palavra 'ateu' vem do grego e significa 'aquele que nega Deus'. Mas 'negar Deus' é algo que eu não faço. Eu não nego, apenas definitivamente não acredito. Porque ninguém pode negar, isto é, provar que Deus não existe. E ao mesmo bom cristão já mencionado, peço que prove que Zeus não existe.
Quem deve provar que alguma coisa existe é quem acredita nela.”

E por aí vai. A Introdução é muito boa, queria escrevê-la toda aqui. Mas como não dá, deixo só minha sugestão singela e digo para lerem sem medo. Para quem ainda tem um pouco de receio, tome coragem e leia como se fosse uma simples biografia (o que não deixa de ser). Você vai entender o que levou Fábio a virar ateu e, quem sabe, tome até uma certa simpatia por ele.

Pra comprar:

Um beijo,

da Menina Leitora

Thaís Mannoni

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