Dizem que, após testemunhar um mendigo olhar, de modo
rancoroso, um nobre que passava, Victor Hugo resolveu escrever Os Miseráveis, obra que demorou quase 30
anos para ser publicada. Falar d’Os Miseráveis
é uma coisa complicada, pois tudo que poderia ser dito ou escrito já foi feito
em inúmeras peças de teatro, filmes, resenhas, monografias, etc. Afinal de
contas, desde de 1862, esse é um dos livros da literatura francesa que mais
impressiona, devido a sua grande carga dramática e inúmeras críticas sociais.
Mas o que me levou a escrever esse post? Simples: o
lançamento de um dos filmes mais aguardados do ano, no último dia 1º. Em meio a
inúmeras adaptações que a obra ganhou desde seu lançamento (uma rápida pesquisa
me revelou 48 delas), o burburinho que esse levantou foi uma coisa espantosa. Indicado
a oito categorias do Oscar e com um elenco estelar, o filme arrebatou a crítica
e o público com um drama bem construído, capaz de mesclar lágrimas e sorrisos
ao longo de seus 158 minutos.
Através da música conhecemos Jean Valjean (Hugh Jackman,
irreconhecível na primeira parte do filme), condenado a 19 anos de prisão (cinco
por roubar um pão para alimentar a família e o restante por tentar fugir) e que,
após ganhar a liberdade, se vê sem muitas perspectivas de mudar de vida. Até
que, graças à benfeitoria de Bispo Myriel, que ele tentará roubar, ele recebe
uma segunda chance. Após um tempo, a vida de Valjean parece ter entrado nos
eixos: ele mudou de nome, possui uma fábrica e é prefeito da vila onde mora. Ao
mesmo tempo, conhecemos Fantine (a diva Anne Hathaway, que a cada filme nos
surpreende mais), uma das trabalhadoras da fábrica, que tem uma filhinha,
Cossete (Amanda Seyfried), deixada aos cuidados do trambiqueiro casal Thénardier
(a parte divertida do filme) que, ao perder o emprego, se vê obrigada a se
prostituir. Ao descobrir isso, Valjean adota a criança como forma de saldar a
dívida pela injustiça feita à mãe. Mas o passado sempre bate à porta e, no seu
caso, atende pelo nome de Javert, um oficial de justiça que, na maioria das vezes, parece mais um cão
de caça, seguindo Valjean, não importa onde ele se encontra.
A partir daí vemos a fuga de Valjean, o crescimento de
Cossete (acompanhado da habitual paixão), o empenho de Javert em prender o
tutor da moça e uma sociedade em plena transformação. Tudo mostrado muito
rápido pra caber uma obra tão extensa em mais de duas horas de produção. Uma
coisa muito destacada foi o empenho do diretor em captar todas as músicas no
momento da atuação, o que não impede o filme de se tornar cansativo em algumas
horas, ainda mais porque a câmera do diretor assume algumas posições, por vezes,
vertiginosas.
O que não se pode negar é a força da obra de Victor Hugo que,
apesar do tempo, se mantém questionadora e emocionante, com seus personagens
bem construídos.
Para comprar a minissérie francesa (que, na minha opinião, é a mais
fiel de todas as adaptações):
Submarino
Americanas
Saraiva
Submarino
Americanas
Saraiva
Um beijo!
Eu tenho tanta vontade de ler esse livro, deve ser incrível, eu farei isso até o final do ano! Estou indignada que o filme não está passando na minha cidade, mas também darei um jeito de ver... Fiquei bem curiosa para ver a minissérie também!
ResponderExcluirParabéns pelo blog!
Beijos
Oi, Mariana, te aconselho muito, se não possível ler o livro, pelo menos assistir a minissérie (que é bem completa), embora Victor Hugo, fosse da aristocracia francesa ele tinha uma visão muito boa daquilo que o cercava, principalmente dos valores sociais e da desigualdade, isso sem contar que a obra é quase que um relato histórico de um período bem conturbado da França.
ExcluirEspero que você continue apreciando nosso blog e deixando sua contribuição/opinião, que é sempre muito importante para nós do Meninas Leitoras.